A PRECARIEDADE DO CONTEÚDO INFORMACIONAL DOS ANEXOS DE RISCOS FISCAIS DE MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Authors

DOI:

https://doi.org/10.14392/ASAA.2019120201

Keywords:

Riscos Fiscais, Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Sustentabilidade fiscal.

Abstract

A pesquisa analisou o conteúdo informacional do relatório chamado de ‘Anexo de Riscos Fiscais’ emitido por governos locais, enviado com a Lei de Diretrizes Orçamentárias às Câmaras Municipais para o debate orçamentário. A elaboração do relatório está no centro do debate sobre sustentabilidade fiscal de governos. Foram comparados os relatórios emitidos por 12 prefeituras municipais no período de 2011 a 2016. Selecionamos aleatoriamente 9 municípios (na faixa populacional entre 100 e 200 mil habitantes) dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além das respectivas capitais. As evidências para os casos analisados indicam que, em geral, os indicadores de risco e as providências associadas são genéricos e não atualizados, e, portanto, com baixo conteúdo informacional. Os resultados apontam que a fiscalização superficial dos Tribunais de Contas na questão pode gerar incentivos para prefeituras apresentarem estes anexos de forma cerimonial, com o único objetivo de cumprir a legislação fiscal. Tanto as prefeituras de menor porte analisadas, quanto as capitais dos estados apresentam sinais de uma gestão de riscos inexistente. A apresentação cerimonial desses indicadores e providências pode indicar a provável inoperância na gestão de riscos nos casos analisados, e, portanto, uma baixa capacidade de antecipação de crises ou choques.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

André Carlos Busanelli de Aquino, Universidade de São Paulo

Professor Associado da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

André Feliciano Lino, Universidade Federal do Pará

Professor na Universidade Federal do Pará. Doutorando em Controladoria e Contabilidade na FEARP-USP, mestre em Controladoria e Contabilidade pela FEARP-USP, graduado em Economia Empresarial e Controladoria pela FEARP-USP.

References

Alam, A., & Sundberg, M. (2002). A Decade of Fiscal Transition. World Bank: Policy Research Working Paper Series, 2835.

Almeida-Santos, P. S. (2015). Explorando a probabilidade da divulgação de passivos contingentes pelos governos locais brasileiros. Espacios Públicos, 18(42), 7–32.

Aquino, A.C.B. de, & Cardoso, R. L. (2017). Financial Resilience in Brazilian Municipalities. In I. Steccolini, M. Jones, & I. Saliterer (Eds.), Governmental Financial Resilience. Emerald Publishing Limited, 53-71. Doi: https://www.emeraldinsight.com/doi/abs/10.1108/S2053-769720170000027004.

Ashworth, R., Boyne, G., & Delbridge, R. (2007). Escape from the Iron Cage? Organizational Change and Isomorphic Pressures in the Public Sector. Journal of Public Administration Research and Theory, 19(1), 165–187. Doi: https://doi.org/10.1093/jopart/mum038.

Barbera, C., Jones, M., Korac, S., Saliterer, I., & Steccolini, I. (2017). Governmental financial resilience under austerity in Austria, England and Italy: How do local governments cope with financial shocks? Public Administration, 95(3), 670–697. Doi: https://doi.org/10.1111/padm.12350.

Brixi, H. P., & Schick, A. (2002). Government at Risk: Contingent Liabilities and Fiscal Risk. New York: The World Bank.

Campos, C. J. G. (2004). Método de análise de conteúdo: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo da saúde. Revista Brasileira de Enfermagem, 57(5), 611–614. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672004000500019.

Cebotari, A., Davis, J. M., Lusinyan, L., Mati, A., Mauro, P., Pettrie, M., & Velloso, R. (2008). Fiscal Risks: Sources, Disclosure, and Management. Washington: IMF.

Clements, B., Medas, P., Alves, M., Bornhorst, F., Gonguet, F., Irwin, T. & Rossi, J. L. (2017). Brasil: Avaliação da Transparência Fiscal. In: IMF Country Report No. 17/104. Washington: IMF.

DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147–160. Doi: 10.2307/2095101.

Ferrari, A. L. S., ́& Senhoras, E. M. (2013). Riscos fiscais e Lei de Responsabilidade Fiscal no Estado de Santa Catarina. Cadernos de Finanças Públicas, 13, 273–303.

FMI. (2007). Código de boas práticas para a transparência fiscal. Washington: IMF.

Freitas, C. A. S. (2016). Controles Internos e Gestão de Risco na Administração Pública. In: Braga, M. V.de A., Bliacheriene, A.C. & Ribeiro, R. J. B. (eds). Controladoria no Setor Público. pp. 179–192. Belo Horizonte: Ed. Fórum.

Greenwood, R., Oliver, C., Sahlin, K., & Suddaby, R. (2008). Introduction. In: R. Greenwood, C. Oliver, K. Sahlin, & R. Suddaby (Eds.), The Sage Handbook of Organizational Institutionalism (pp. 1–46). London: Sage. Doi: http://dx.doi.org/10.4135/9781849200387.

Gustavson, M., & Rothstein, B. (2013). Can Auditing Generate Trust? The Organization of Auditing and the Quality of Government. In Reuter, M., Wijkström, F.; Kristensson –Uggla, B.(Eds). Trust and Organizations. Confidence across Borders, p. 41-63, New York: Palgrave Macmillan, 2013. Doi: https://doi.org/10.1057/9781137368812_3.

Hameed, F. (2005). Fiscal transparency and economic outcomes. IMF Working Papers, WP/05/225. Doi: http://doi.org/10.1002/pbc.

Hardy, K. (2010). Managing Risk in Government: An Introduction to Enterprise Risk Management. Financial Management Series, 2(10), 1–53.

HM Treasury. (2004). The Orange Book Management of Risk: Principles and Concepts. London: HM Treasury. London: HM Treasury.

Kopits, G. (2014). Coping with fiscal risk. OECD Journal on Budgeting, 14(1), 47–71. Doi: https://doi.org/10.1787/budget-14-5jxrgssdqnlt.

Kumar, M. S., & Ter-Minassian, T. (2007). Promoting Fiscal Discipline. International Monetary Fund.

Lino, A. F., & Aquino, A. C. B. de. (2018). A diversidade dos Tribunais de Contas regionais na auditoria de governos. Revista Contabilidade & Finanças, 29(76), 26–40. Doi: https://doi.org/10.1590/1808-057x201803640.

Lino, A. F., Carvalho, L. B. de, Aquino, A. C. B., & Azevedo, R. R. de. (2019). A falta de trabalho institucional e mudanças organizacionais incompletas em municípios brasileiros. Revista de Administração Pública, 53(2), 375–391. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-761220170404.

Lopes, V. C., & Costa, A. de J. B. (2017). Vulnerabilidade das finanças municipais às catástrofes naturais. In: V Conferência Sul-americana de Contabilidade Ambiental Valores Humanos e Consumo Sustentável. Brasília, IMF.

Meyer, J. W., & Rowan, B. (1977). Institutionalized Organizations: Formal Structure as Myth and Ceremony. American Journal of Sociology, 83(2), 340.

Nascimento, E. R., & Debus, I. (2001). Entendendo a Lei de Responsabilidade Fiscal (2a ed). Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional.

Oliver, C. (1991). Strategic Responses to Institutional Processes. Academy of Management Review, 16(1), 145–179. Doi: http://doi.org/10.2307/258610.

Patton, M. Q. (2015). Qualitative Research & Evaluation Methods. Thousand Oaks, CA: SAGE Publications.

Ramkumar, V., & Shapiro, I. (2014). Guia para transparência em Documentos Orçamentários do Governo: Porque eles são importantes e o que eles devem incluir? Washington: International Budget Partnership.

Rezende, F., Cunha, A., & Bevilacqua, R. (2010). Informações de custos e qualidade do gasto público: lições da experiência internacional. Revista de Administracao Pública, 44(4), 959–992.

Rezende, F., & Cunha, A. (2013). A reforma esquecida. Orçamento, gestão pública e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Ed. FGV.

Scott, R. W. (2014). Institutions and Organizations. Ideas, Interests, and Identities (4th ed.). Thousand Oaks, CA: SAGE Publications.

Silva, A. C., Carvalho, L.O, & Medeiros, O. L. (2009). Dívida Pública: A Experiência Brasileira. Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional: Banco Mundial.

STN. (2013). Divergências conceituais entre as orientações contidas no Manual de Demonstrativos Fiscais –MDF e as práticas estabelecidas pelos tribunais de contas. Disponível em: < https://stn.fazenda.gov.br/documents/10180/205525/Respostas_Questionrio_TCs.pdf>. Acesso em abril/2019.

STN.(2014). Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF). 6a ed. Brasília: Imprensa Oficial.

STN.(2017). Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF). 8a ed. Brasília: Imprensa Nacional.

Ter-Minassian, T. (2010). Conferência: A Lei de Responsabilidade Fiscal do Brasil sob uma perspectiva internacional. Cadernos FGV Projetos. Rio de Janeiro/RJ.

Woods, M. (2009). A contingency theory perspective on the risk management control system within Birmingham City Council. Management Accounting Research, 20(1), 69–81. Doi: https://doi.org/10.1016/j.mar.2008.10.003.

Zucker, L. G. (1987). Institutional Theories of Organization. Annual Review of Sociology, 13(1), 443–464.

Published

2019-11-18

How to Cite

Azevedo, R. R. de, Aquino, A. C. B. de, Lino, A. F., & Cavalmoretti, G. (2019). A PRECARIEDADE DO CONTEÚDO INFORMACIONAL DOS ANEXOS DE RISCOS FISCAIS DE MUNICÍPIOS BRASILEIROS. Advances in Scientific and Applied Accounting, 1(2), 004–022. https://doi.org/10.14392/ASAA.2019120201

Issue

Section

ARTICLES